quarta-feira, 16 de março de 2011

Sem nome

Sinto que sou passageira
Andante errante
Pessoa errada a vagar pelos encontros

Tenho prazer pelo provisório
(a arte de não durar)

Sou ermitão nas relações
Fujo
Tramo meu escape, como as tramas de um tecido

Transversalmente, sou atravessada
Tenho sempre um nó que me acompanha
E se aloja na garganta

Material volátil
Curiosamente, eu escorro ao invés de evaporar.
Sedução pela queda (?)

Decerto, sou de lugar nenhum
Só não me pergunte se sou feliz com isso.

Escapar me é pesado. Dói nas vistas.
A lágrima pesa na bochecha.

2 comentários:

  1. A gente valoriza muito o amor, mas quem disse que amar é fácil? Para mais pessoas do que pensamos, ser amado é ainda mais difícil. Então a gente escorre o tempo todo, pra desviar, pra escapar... Só o nó fica lá, duro e estagnado. É como se, fosse preciso amolecer ainda mais para viver de uma maneira mais sólida. Desapegar-se? Elevar-se... Leve. De qualquer forma, o tempo passa. Talvez então só nos reste...

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  2. muito legal o texto, voce escreve bem.
    só tenho uma coisa para dizer:
    Voce nao é de algum lugar, voce é de todos.rsrs!
    te vejo por ae, bjao

    Fabricio Ribeiro

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